A ARTE DE ESCREVER RESULTA DA ARTE DE PENSAR
“Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou. Quando os professores nos limitamos a dar aos alunos temas para redação sem lhes sugerirmos roteiros ou rumos para fontes de ideias, sem, por assim dizer, lhes ‘fertilizarmos’ a mente, o resultado é quase sempre desanimador: um aglomerado de frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir ideias que não tinham ou que foram mal pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não tinham, mesmo que dispusessem de palavras-palavras, quer dizer, palavras de dicionário, de noções razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam ideias; estas, se existem, é que, forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer, porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória.” (Othon Moacyr Garcia – Eficácia e falácias da comunicação – Livro Comunicação em prosa moderna).
Para escrever bem é preciso aprender a pensar e organizar as ideias, e principalmente ter informações sobre o que se vai escrever. Não é possível produzir bons textos sobre assuntos que não se domina. Conhecer o tema é fundamental, porém também é importante conhecer a tipologia textual ou o gênero discursivo que está sendo solicitado. Quase sempre diante de uma prova de redação o estudante fica sem saber como iniciar o texto, é como se tivesse um bloqueio, as ideias não fluem. O antídoto para os temidos “bloqueios” é a leitura. A prática da leitura é essencial, pois aprimora a inteligência e amplia o número de informações e conhecimentos do estudante. Sem informação e conhecimento não é possível escrever. Antes de escrever é preciso “fertilizar” a mente, isto é, buscar o maior número de informações possíveis sobre o que se vai escrever.
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